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O luto do idoso pela perda do cônjuge

O luto do idoso pela perda do cônjuge

PROALU - Programa de Acolhimento ao Luto

Por Renata Britto e Beatriz Maximino

O envelhecimento é um processo natural do desenvolvimento que envolve amadurecimento, aprendizagem e perdas, sejam elas fisiológicas ou cognitivas, mas também traz a perda de entes próximos e queridos, então o luto, que pode ser difícil independentemente da fase da vida em que o sujeito se encontra, na terceira idade pode ser ainda mais desafiador. E quando a pessoa perdida é o cônjuge, junto do luto vem também a  viuvez.

A perda de um parceiro é algo drástico, principalmente na velhice, porque tem impacto diretamente na identidade, no sentido que se dá na vida, na saúde, bem como nas relações sociais. Quando o casamento foi longo e estável, a morte do cônjuge deixa um enorme vazio, pois ocorre a perda de um amor, de um amigo e companheiro(a) de anos. E mesmo quando o casamento não é estável, a perda também é sentida, já que o viúvo(a) perde o seu papel de cônjuge.  No caso de muitas mulheres idosas, que estruturam suas vidas e suas identidades destinando aos cuidados da casa e do marido, e por muitos anos dos filhos, faz com que o enfrentamento da perda possa ser muito difícil, fazendo com que se sintam solitárias.

Durante o processo de luto é comum que o idoso apresente sintomas depressivos, pois alguns deles têm muita dificuldade de expressar verbalmente o que sentem e preferem se isolar, fazendo com que a perda se torne mais dolorosa por não poder vivenciar livremente seus sentimentos o que pode afetar sua saúde física e psicológica. Muitas pessoas, depois de algum tempo da perda, conseguem se adaptar às novas circunstâncias, mas em alguns casos há complicações, como problemas de saúde e doenças de ordens psíquicas.

Por isso, é importante que o idoso vivencie e possa manifestar seus sentimentos por sua perda, levando em conta que o luto é um processo natural e universal, mas cada um vive esse processo de diferentes maneiras, de acordo com suas culturas, crenças e histórias de vida. E é durante esse processo que a pessoa procura reorganizar a própria vida e compreender os sentimentos gerados por essa perda, que são normais e costumam diminuir com o passar do tempo, para assim seguir em frente o caminho da vida.

 

Bibliografia:

BARROS, Jackeline Oliveira; SOUZA, Lediomara Francisca de; FITARONI, Juliana Batista. O processo de luto na velhice após a perda do cônjuge. Disponível em: https://repositoriodigital.univag.com.br/index.php/Psico/article/download/938/914. Acesso em: 15 maio 2022.

FARINASSO, Adriano Luiz da Costa; LABATE, Renata Curi. A vivência do luto em viúvas idosas: um estudo clínico-qualitativo. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.), Ribeirão Preto, v. 11, n. 1, p. 25-32, mar.  2015.   Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762015000100005&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 15 maio 2022.

FRANCO COUTINHO, Daniella. O Processo de Luto do Idoso pela Morte do Cônjuge: Memórias, Emoções e Vidas que seguem. Orientador: Prof.ª Drª. Airle Miranda de Souza. 93 p. Dissertação (Mestre do Programa de Pós-Graduação em Psicologia) – Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém, 2014. Disponível em: https://ppgp.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/dissertacoes/Turma%202012/DANIELLA%20FRANCO%20COUTINHO.pdf. Acesso em: 15 maio 2022.

GALICIOLI, Thaisa Gapski Pereira; LOPES, Ewellyne Suely de Lima; RABELO, Dóris Firmino. Superando a viuvez na velhice: o uso de estratégias de enfrentamento. Revista Temática Kairós Gerontologia, São Paulo, p. 225-237, 2012. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/kairos/article/download/17048/12671. Acesso em: 15 maio 2022.

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